Fossa das Marianas – Challenger Deep
Não é novidade que o espaço tenha sido mais explorado do que os mares, porém a Fossa das Marianas esconde grandes misterio. Contudo, os cientistas exploraram apenas 5% dos oceanos e mapearam cerca de 25% do fundo em alta resolução. Porém, eles também identificaram apenas cerca de 10% da vida marinha. No entanto, o fundo dos oceanos continua cheio de mistérios, e novas descobertas acontecem o tempo todo.
Nos últimos tempos, cientistas descobriram um “oceano” subterrâneo, identificaram novas espécies marinhas e observaram um fenômeno curioso chamado “oxigênio negro”.
Há indícios de um vasto “oceano” subterrâneo a 700 km abaixo da crosta terrestre, na zona de transição do manto.
Os pesquisadores descobriram recentemente uma nova espécie de predador, a Dulcibella camanchaca, foi encontrada na Fossa do Atacama no Pacífico.
Falando em “Fossa”, um dos grandes mistérios e famoso em todo o mundo é a Fossa das Marianas, pois se conhece tão pouco desse lugar que só foi visitado somente três vezes.
Descida até a Fossa das Marianas:
Muitos consideram a jornada até a Fossa das Marianas uma das mais difíceis, devido à extrema dificuldade do trajeto.Contudo, a jornada começa na superfície. A camada superficial recebe o nome de Zona Epipelágica, que varia entre 200 metros.
A uma profundidade de 1.000 a 4.000 metros você chega a camada batipelágica. Representando 70% de toda água do mar. A essa profundidade, a escuridão toma conta e a temperatura é em torno de 4°C, pois nem a luz do sol consegue penetrar.
A 1.500 metros, você encontra o famoso Peixe-Diabo negro, o mesmo que aparece no filme Procurando Nemo.
A 3.810 metros abaixo do nível do mar, a 650 km da Costa do Canadá, você chega aos destroços do Titanic.
Entre 6.000 e 11.000 metros, você alcança a Zona Hadal, a área menos explorada dos oceanos. No fundo dessa zona, fica a Fossa das Marianas.
Challenger Deep:
Conhecido como o ponto mais profundo do mundo, ele fica a quase 11 km (35.856 pés) abaixo da superfície do mar, localizado na Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, perto das Ilhas Marianas.
O nome Challenger Deep vem do navio utilizado pelos pesquisadores que descobriram a Fossa das Marianas em 1874. Contudo, o navio inglês Challenger percorreu cerca de 110 mil quilômetros durante a missão de promover o primeiro mapeamento do leito dos oceanos.
A cada 225 km, eles lançavam uma corda com chumbo amarrado na extremidade para medir a profundidade do local. Um dia, a cerca de 300 km da Ilha de Guam, na extremidade sul das Ilhas Marianas, tiveram uma grande surpresa: a corda não parava de descer! Quando finalmente bateu no solo, alcançou o fundo de um buraco com impressionantes 8 km de profundidade.
Nesse dia, eles descobriram a Fossa, e não a Challenger Deep. No entanto, a Challenger Deep foi localizada com um sonar (aparelho que emite ondas sonoras) durante uma expedição realizada em 1951.
Expedições para a Fossa das Marianas:
A primeira expedição não tripulada à Fossa das Marianas ocorreu entre 1958 e 1959. Durante essa expedição, realizaram-se várias explorações com a sonda para medir a profundidade e preparar a descida tripulada.
O tenente da US Navy Don Walsh e o engenheiro suíço Jacques Piccard realizaram a primeira expedição tripulada à Fossa das Marianas em 23 de janeiro de 1960. Eles permaneceram cerca de 20 minutos no fundo do oceano, a 10.916 metros de profundidade, e a expedição durou aproximadamente 9 horas.
O explorador e cineasta James Cameron, diretor dos filmes Titanic e Avatar, realizou a segunda expedição tripulada em 26 de março de 2012. Ele desceu sozinho até a Fossa das Marianas a bordo do seu submersível Challenger Deep, atingindo cerca de 10.898 metros de profundidade. Essa foi a segunda descida, 52 anos após a primeira expedição em 1960.
O explorador americano Victor Vescovo realizou a terceira expedição em 1º de maio de 2019 e alcançou a profundidade recorde de 10.927 metros, permanecendo cerca de 3 horas no ponto mais profundo do oceano.
Essa missão fez parte da série de expedições chamada Five Deeps Expedition, que tinha o objetivo de explorar os pontos mais profundos dos cinco oceanos do planeta.
Plástico encontrado na Fossa das Marianas:
Durante a expedição, Vescovo e sua equipe encontraram resíduos plásticos no fundo do oceano, como sacolas e embalagens de doces. Porém, eles também identificaram várias espécies marinhas desconhecidas, incluindo crustáceos parecidos com camarões e um peixe-caracol rosa.
A expedição não apenas quebrou um novo recorde de profundidade, mas também revelou sérios problemas ambientais, como a poluição por microplásticos nas regiões mais remotas e profundas do planeta.
Espécies encontrada por Victor Vescovo em 2019
- Spoon worm (Classe Echiura): foi avistado a cerca de 7.000 metros de profundidade.
- Peixe-caracol rosa (Liparidae): observado a aproximadamente 8.000 metros de profundidade.
- Isópodes: uma nova espécie foi encontrada a 10.925 metros de profundidade, sugerindo uma adaptação única às condições do abismo.
Curiosidades sobre a Fossa das Marianas:
1. A Fossa das Marianas é mais difícil de explorar do que o espaço:
- Menos pessoas visitaram o fundo da Fossa das Marianas do que caminharam na Lua. Isso diz muito sobre o quão difícil é explorar as profundezas oceânicas.
2. Pesquisadores encontraram microplásticos na Fossa das Marianas, a 10.898 metros de profundidade. Aliás, eles analisaram as amostras e identificaram resíduos de sacolas plásticas e embalagens de balas. O explorador Victor Vescovo fez essa descoberta durante uma expedição em 2018.
3. A Fossa das Marianas representa o ponto mais profundo dos oceanos:
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- Com cerca de 11.034 metros de profundidade no seu ponto mais profundo, chamado de Challenger Deep, a Fossa das Marianas é tão profunda que o Monte Everest caberia inteiro e sobraria espaço.
4. Encontraram criaturas bizarras a mais de 8.000 metros de profundidade. Contudo, os pesquisadores encontraram anfípodes translúcidos, microrganismos extremófilos e até um tipo de peixe-caracol.
5. A pressão nas profundezas da Fossa das Marianas é extrema, chegando a uma pressão de mais de 1.000 vezes do que a pressão atmosférica ao nível do mar.
Os oceanos cobrem uma imensidão do planeta e ainda guardam muitos mistérios que os cientistas buscam desvendar. Mas pense duas vezes antes de entrar no mar — você nunca sabe o que pode cruzar seu caminho. O perigo não se esconde só nas profundezas: até na superfície, animais extremamente perigosos podem surgir. Entre eles estão tubarões, águas-vivas, baiacus, peixes-leão, arraias e muitos outros.
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